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É possível perder a salvação, se ela nos foi concedida pela graça de Deus?

É possível perder a salvação, se ela nos foi concedida pela graça de Deus?

Recentemente postei "Uma vez salvo, Salvo para sempre?" Precisamos entender a Sã Doutrina de Deus e deixar de lado teorias e teologias baratas.



A seguir artigo do Pr Ciro Sanches:

"Haja vista a grande quantidade de perguntas repetitivas, de irmãos que estão chegando agora e não leram (ao que tudo indica) os outros artigos e as minhas respostas, resolvi escrever este último artigo, pelo qual concluo esta série. Só voltarei a ele se surgir uma argumentação nova, devidamente fundamentada. Por enquanto, é isso.

Reitero, porém, que a doutrina da predestinação situando o crente na presciência de Deus não está na Bíblia para motivar choques de ideias, especulações ou coisas semelhantes, mas para Deus encorajar o crente. Através dessa doutrina, o Senhor está mostrando que antes que o mundo existisse, e o homem nascesse, Ele antecipou-se a tudo, prevendo problemas e dificuldades em nosso caminho e nos mostrando que é poderoso para nos levar a salvo para o seu Reino celestial (2 Tm 4.18, ARA; Fp 1.6; Jd vv.24,25).

Reafirmo que um salvo pode vir a se perder. Ele pode sim se desviar, cair em pecado e perecer, caso não se arrependa ante a insistência do Espírito Santo (Ez 18.24,26; 33.18; Hb 3.12-14; 5.9; 1 Tm 4.1; 5.15; 12.25; 2 Pe 3.17; 2.20-22; Rm 11.21,22; 1 Ts 5.15; Dt 30.19; 1 Cr 28.9; 2 Cr 15.2; 1 Co 10.12; Jo 15.6). Essa verdade fica ainda mais evidente quando consideramos o “se” condicional quanto à salvação (Hb 2.3; 3.6,14; Cl 1.22,23), bem como a condição “ao que vencer”, que aparece sete vezes em Apocalipse 2 e 3.

Quanto ao texto de João 10.27,28, é importante observar que o versículo 27 mostra as condições da ovelha, para que ela nunca venha a perecer, nem sair das mãos de Jesus e do Pai (cf. Jo 6.67). Outrossim, se não há perigo de queda definitiva para o crente, por que a Bíblia adverte com tanta ênfase para que ninguém caia (1 Co 10.12; Hb 3.12; Jo 15.6; 1 Tm 4.1 [“apostatarão”]; 2 Ts 2.3 [“apostasia”]; Pv 16.18; 28.14; Ap 2.4,5; Rm 8.13; 2 Pe 1.10; 1 Co 9.27; Nm 14.43)?

Em 1 Timóteo 2.4, está escrito: “[Deus] quer que todos os homens se salvem”. Nisto está incluído o mundo inteiro que queira. De fato, todos os que verdadeiramente crêem se salvam; somos testemunhas disso. O Senhor predestinou à salvação todo aquele que aceitar a Jesus. A própria aceitação já é um dom de Deus, para que ninguém se glorie julgando que assim contribuiu para a sua salvação.

A predestinação fatalista da alma, como ensinada pelos calvinistas, bem como a dependente de obras humanas, propalada pelos arminianos, não têm apoio na Palavra de Deus. O termo original de onde provém a nossa palavra “predestinação” (gr. pro-oridzo) significa “destinar de antemão”, “predeterminar”, “preestabelecer”, “prefixar”, “preeleger”, etc. (At 4.28; Rm 8.29,30; 1 Co 2.7; Ef 1.5,11).

Biblicamente, a predestinação não é a de uns para a vida eterna e a de outros para a perdição eterna. A predestinação é para os que quiserem ser salvos, conforme lemos em 2 Tessalonicenses 2.13, que Deus nos escolheu desde o princípio para a salvação. Ou, de acordo com 2 Timóteo 2.10, para que os “... escolhidos... também alcancem a salvação”.

Predestinação é o ato divino pelo qual Deus decide ou destina de antemão, segundo a sua soberana e perfeita vontade. Ela depende da eleição e seus propósitos. Eleição é o ato divino pelo qual Deus escolhe ou elege um povo para si, para salvá-lo (2 Ts 2.13). Predestinação é o ato de Deus determinar o futuro desse povo. No Novo Testamento, esse povo é a Igreja, o Corpo de Cristo, do qual — se somos salvos mesmo! — somos parte (Ef 1.22,23).

Na predestinação de Deus para a Igreja está a sua conformação à imagem do Filho de Deus (Rm 8.29), a sua chamada para a salvação (Rm 8.30), a sua justificação (Rm 8.30) e a sua glorificação (Rm 8.30). Essa conformação depende de chamada, justificação e glorificação. E depende, ainda, da santidade de Deus (Ef 1.4) e da adoção de filhos (Ef 1.5).

A eleição divina não consiste somente na soberania de Deus, mas também na sua graça (Rm 11.5). Em relação a indivíduos, isoladamente, a predestinação e a eleição somente têm lugar se a pessoa estiver inclusa “em Cristo” (Ef 1.4), bem como permanecendo “santa e irrepreensível” (Ef 1.4b; Cl 1.22,23; 1 Co 1.2; Cl 1.2; 1 Jo 2.6). O crente está seguro quanto à sua salvação enquanto permanecer em Cristo (Jo 15.1-6). Não há segurança fora de Jesus e do seu aprisco. Não há segurança espiritual para ninguém, estando em pecado (cf. Rm 8.13; Hb 3.6; 5.9). Jesus guarda o crente do pecado; e não no pecado.

Somos mantidos em Cristo pelo seu poder, mediante a nossa fé nEle (1 Pe 1.5; Jd v.20; 2 Co 1.24b). A salvação é eterna para os que obedecem ao Senhor (Hb 5.9; 1 Co 15.1,2). Estamos em pé pela fé em Cristo, e não pela predestinação: “tu estás em pé pela fé” (Rm 11.20); “se é que permaneceis firmes e fundados na fé” (Cl 1.22,23); “Deus é salvador de todos, mas principalmente dos fiéis [lit. “dos que crêem”]” (1 Tm 4.10).

Há vários outros textos que também mostram a segurança do crente somente enquanto este está em Cristo (Sl 91.14; 16.8; Hb 3.14; 2 Tm 1.12; 1 Co 1.8). O crente deve obedecer a Deus; não para que a sua obediência o salve ou o mantenha salvo, mas como uma expressão da sua salvação, do seu amor e da sua gratidão para com aquEle que o salvou. Não nos tornamos salvos por aquilo que fazemos ou deixamos de fazer, mas pela fé em Jesus Cristo (At 16.31). A conservação da salvação também vem pela fé em Cristo, pois está escrito: “O justo viverá da fé” (Rm 1.17).



A doutrina da predestinação como ensinada pelo calvinismo só leva em conta a soberania de Deus, e não a sua graça (Rm 11.5; Tt 2.11) e a sua justiça (Sl 145.17; Rm 3.21; 1.17; 10.3). Em Ezequiel 18.23 e 33.11 vemos que Deus quer que o ímpio se converta, e não apenas os eleitos e predestinados. Ele jamais predestinaria alguém ao Inferno sem lhe dar oportunidade de salvação. Isso aviltaria a natureza dEle.

Se todos já estão predestinados quanto ao seu destino eterno, então não há lugar para escolha, decisão ou livre-arbítrio por parte do homem. Entretanto, temos essa escolha em vários textos bíblicos, como vimos. Que Deus nos conceda cada dia uma visão espiritual mais ampla e profunda, a fim de compreendermos a sublimidade da gloriosa salvação que Jesus Cristo consumou; da qual, pela graça de Deus, já somos participantes.

Em Cristo,

Ciro Sanches Zibordi
 
FONTE :
http://eldersacalcunha.blogspot.com/search/label/%C3%89%20poss%C3%ADvel%20perder%20a%20salva%C3%A7%C3%A3o%20se%20ela%20nos%20foi%20concedida%20pela%20gra%C3%A7a%20de%20Deus%3F